Essa manodica sobre transporte público me lembrou uma coisa.
Um dia tentei essa de conversar com estranhos. Estranhas,
mais exatamente.
Um dia, esperando o busão no terminal da integração vi, do meu lado, uma menina muito bonita que se vestia de forma bem interessante. Aquelas roqueirinhas com caras de controladamente rebeldes. Não sei qual é o meu problema, quanto mais fico velho, mais as novinhas me enchem os olhos
Anyways...
Eu notei que ela olhou muito pra mim no ponto da integração, e eu retribui categoricamente os olhares, sempre com muita discrição das duas partes.
Quando o ônibus chegou esperei a multidão se preparar pra subir, antes do mesmo abrir as portas, dei uma delicada investida para pegar o primeiro lugar e quando consegui, dei a vez pra ela, que estava logo atrás de mim. Ela subiu no ônibus vazio (afinal, estava no terminal de integração) e eu sentei logo ao lado, jogada que eu já estava pensando desde que tinha a visto.
O ônibus acelerou e depois de um tempinho pude vê-la mais de perto. Nessa distância menor ela não olhou muito, preferiu ficar vendo a paisagem que corria pra direita dentro daquele quadrado de vidro. Do nada eu tomo a atitude
- Sabia que eu nunca conheci ninguém num ônibus?
Ela, pra minha sorte, sorriu.
Um dia, esperando o busão no terminal da integração vi, do meu lado, uma menina muito bonita que se vestia de forma bem interessante. Aquelas roqueirinhas com caras de controladamente rebeldes. Não sei qual é o meu problema, quanto mais fico velho, mais as novinhas me enchem os olhos
Anyways...
Eu notei que ela olhou muito pra mim no ponto da integração, e eu retribui categoricamente os olhares, sempre com muita discrição das duas partes.
Quando o ônibus chegou esperei a multidão se preparar pra subir, antes do mesmo abrir as portas, dei uma delicada investida para pegar o primeiro lugar e quando consegui, dei a vez pra ela, que estava logo atrás de mim. Ela subiu no ônibus vazio (afinal, estava no terminal de integração) e eu sentei logo ao lado, jogada que eu já estava pensando desde que tinha a visto.
O ônibus acelerou e depois de um tempinho pude vê-la mais de perto. Nessa distância menor ela não olhou muito, preferiu ficar vendo a paisagem que corria pra direita dentro daquele quadrado de vidro. Do nada eu tomo a atitude
- Sabia que eu nunca conheci ninguém num ônibus?
Ela, pra minha sorte, sorriu.
- Eu também não.
Conversamos alguns minutos, do terminal de integração até a
universidade demorou mais ou menos uns 15 minutos, preenchidos com um bate papo
bem interessante até, ela não era só uma menina roqueirinha retardada, era
bastante comunicativa e crítica, o que eu achei mais interessante.
Chegando ao meu destino trocamos contatos, ela me deu seu
email e seu celular e depois encontramo-nos na internet.
Este não é um romancezinho escrito pra internet, anões, isso
realmente aconteceu, e pra ser sincero foi uma decepção ver que ela era uma
evangélica sem sal do caralho e que toda aquela aura de interessante tinha sido
eu mesmo que projetei por causa das roupas que ela mesma falou no dia que “não
costumava se vestir assim, fez só pra mudar um pouco”.
Ainda assim achei bem interessante o resultado de começar a
conhecer as pessoas ao redor. Eu sou do tipo de cara que tem nojo de seres
humanos e odeia socialização desnecessária, mas tenho de confessar que falar
com estranhos pode, sim, trazer até bons frutos. É uma pena que a menina tenha
se mostrado tosca pra caralho posteriormente.
Mas ela poderia perfeitamente ter sido a mulher da minha
vida. E eu não teria deixado fugir, por causa de um simples
“Sabia que eu nunca conheci ninguém num ônibus?”